Gestar II 2010

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segunda-feira, 27 de julho de 2009

Aula 5



AULA 5 – Referente às Unidades 13 e 14 do TP - 4
Dias 26 e 27 de maio de 2009

De início, propus aos cursistas uma atividade em dois grupos, sendo que um dos grupos prepararia uma aula de leitura e interpretação de texto baseada no depoimento de Patativa do Assaré e o outro grupo faria a preparação da aula baseada no depoimento de Paulo Freire.
Após o tempo determinado os grupos apresentaram a proposta da aula aos demais cursistas.
Pedi que cada cursista falasse do seu processo de alfabetização, narrando como fora alfabetizado e a partir de que momento da vida se deu o “letramento”, ou seja, quando passaram a perceber mais que a decodificação da palavra escrita e se envolveram no significado maior de letramento ou leitura de mundo.
Alguns depoimentos foram muito significativos, entre eles o de um professor que, cercado de livros, gibis, jornais e revistas já precedera o envolvimento com a escrita e a leitura principalmente desde bem tenra idade. Outra professora contou de uma experiência, a princípio, traumatizante no seu processo de leitura/escrita: Quando chegou à escola, no seu primeiro dia de aula, a professora lhe entregou uma ficha com o seu nome completo, em letra cursiva, e pediu que transcrevesse aqueles signos para o caderno. Essa aluna não havia sido iniciada pela família no processo de alfabetização e em sua casa não havia material de leitura.

De uma maneira geral, os depoimentos foram positivos em relação ao processo de alfabetização.
“Eu me recordo de cada momento vivido naquela sala espaçosa, reluzente, apesar de sempre estar repleta de crianças andando por todos os lados, não ofuscava o brilho das letras que saltitavam aos meus olhos na estante dos autoditados. Cada dia era uma aventura diferente, eu não sabia o que viria pela frente e aquilo me encantava. Em cada ficha que eu trabalhava mais letras eu ia descobrindo e o mundo que parecia estar tão distante foi se aproximando. Já podia olhar os letreiros nas ruas do comércio e compreender o que lá se dizia. Pegava os livros de Monteiro Lobato, dos contos de fada, dos Irmãos Grimm e aquela enorme Barsa que vovó e mamãe tinham na estante, agora estava ao meu alcance. Comecei a ler não só para o meu prazer, mas para os de meus irmãos, colegas de rua e os primos. Vocês não imaginam o quanto era divertido!!!”


Expus os depoimentos dos cursistas em um mural.


Após essa parte da aula, fizemos um estudo das unidades,através da apresentação de slides, com comentários e inferências sobre as atividades e tarefas realizadas.
Um ponto importante abordado foi o da cultura local sobre as “Festas Juninas”, comparando a tradição com a realidade. Outras festas citadas como reflexo de determinados grupos locais foi a realizada pela cultura negra da cidade, envolvendo Congada, Moçambique, etc., realizadas por famílias que passam esse costume de pai para filho, mantendo a tradição por décadas.
Ao final da aula, passamos à explicação da próxima Oficina. Solicitei aos cursistas a realização do “Avançando na Prática” relacionado ao poema “Cidadezinha Qualquer” de Carlos Drummond de Andrade, para ser aplicado em uma das turmas para o relatório no nosso próximo encontro.

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