Gestar II 2010

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quinta-feira, 22 de outubro de 2009

Aula 8 do II Módulo

Aula 8 - Oficina 2 do TP 1
Encontros relizados nos dias 20 e 21 de outubro de 2009

Mensagem entregue aos cursistas:




Após a mensagem do Dia do Professor, assistimos ao filme o Carteiro e o Poeta. Além de o filme ser introdutório às atividades do próximo TP 2 que aborda a questão da arte e de como ela pode mudar o comportamento da pessoa, seu ponto de vista, o filme tem a ver com o projeto que está sendo desenvolvido em algumas escolas: A poesia como objeto de leitura.

Objetivos da oficina:

. Rever e sistematizar as informações essenciais em torno do uso do texto no ensino da língua (incluindo a intertextualidade).
. Avaliar a prática docente, com relação à atividades ligadas à leitura e à produção de textos.

Após o término do filme, fiz a leitura do texto abaixo:

A Língua


Um senhor de muitas posses e pouca sabedoria chamou seu servo mais velho, homem de poucas posses e muita sabedoria, e ordenou-lhe que fosse ao açougue e lhe trouxesse o melhor bocado de carne que encontrasse. O servo foi, e voltou trazendo uma língua, com a qual foi preparado um fino jantar.
Alguns dias depois, o senhor ordenou a seu servo que fosse novamente ao açougue e lhe trouxesse o bocado de carne mais ordinário que encontrasse, para alimentar os cães. O servo foi, e voltou trazendo uma língua. O senhor, que era um homem de muitas posses e pouca sabedoria, enfureceu-se:
- Mas, então, para qualquer recomendação que dou me trazes sempre uma língua?
O servo, que era um homem de poucas posses e muita sabedoria, respondeu:
- A língua, meu senhor, é o melhor pedaço quando usada com bondade e sabedoria, e de todos o pior, quando usada com arrog
ância e maledicência.

Língua (Fábula da tradição judaica). In Fábulas... em Cartão Postal. Belo Horizonte: Autêntica. s/d.


Depois de ser feita a leitura, debatemos acerca das seguintes questões:

1. Que relação podemos estabelecer entre a fábula e o assunto de nossa unidade?
2. Pelo título da publicação, percebemos tratar-se de uma fábula. Mas ela apresenta algumas diferenças em relação às fábulas mais comuns. Quais são elas?
3. A moral da fábula, de todo modo, aparece nesse texto. Onde se encontra?
4. Como se contrastam as personagens da história?
5. Por que a personagem que finaliza a fábula é, pela tradição, adequada para ter a fala final?Isso se refere à realidade da nossa cultura? Comente.

Atividade de leitura
1. Em duplas, façam o plano de uma atividade de leitura do texto “A língua”, relacionando-o com o assunto da unidade 4.
Atividades de produção de texto
1. A língua é uma metáfora da palavra. Prepare uma aula propondo aos alunos que criem uma história (uma fábula moderna, talvez) em que fiquem claros os poderes tão distintos da palavra. Discuta com eles como será a leitura de suas produções. (Sugestões: criação de um álbum/livro com as histórias depois de reescritas; ilustrações para criar intertextualidade com os textos).
2. Após assistir ao filme “O carteiro e o poeta”, discuta o processo de transformação do carteiro Mário, a partir de uma mudança de pontos de vista e de como a literatura influi em sua vida. Crie um comentário escrito ou um cartaz de propaganda convidando os colegas para assistirem ao filme.

Entre as sugestões apresentadas pelos professores cursistas estão:

Para se trabalhar a intertextualidade poderá ser utilizado um texto de Monteiro Lobato, onde a personagem Emília também aborda a questão da língua, como metáfora da palavra. Outros textos também foram lembrados e até mesmo um trecho bíblico. Outra sugestão foi a de se ler o verbete com as várias acepções da palavra língua, analisando em quais acepções a palavra foi utilizada na fábula em estudo. A leitura poderá ser feita de forma dramatizada, com uma preparação prévia.Esta aula seria de leitura, comparação entre textos e interpretação.
Quando à aula de produção textual, foram lembradas algumas expressões populares relacionadas à língua, que poderiam ser exploradas através de comentários, tirinhas, charges. Exemplos: "Língua felina" "Língua de trapo" "Quando morrer precisará de dois caixões: um pro corpo e outro só para a língua" "Língua que não cabe na boca", etc.

Em relação ao filme foram feitos comentários muito interessantes. Uma das professoras comparou o Poeta com o professor e o Carteiro com o aluno, na construção de seu próprio modo de perceber a realidade, onde o papel do poeta-professor faz toda a diferença.
Muitos disseram que o filme era muito mais para ser sentido do que explicado, como diz o próprio Neruda no filme, em relação à poesia.

Para o próximo encontro, leitura das unidades 5 e 6 do TP 2 e os relatos do Avançando na Prática em construção pelos professores em suas respectivas turmas.

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